sexta-feira, 14 de outubro de 2011

resumo da 25ª assembleia


3ª feira, 11 de Outubro

A ordem de trabalhos prometia trigo limpo farinha amparo, no entanto redundou em água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Aparte a marca da farinha e se bem que o trigo fosse limpo, a conversa emperrou na proposta de construir um forno para fazer pão. Um assunto aparentemente consensual se não esbarrasse no conceito de projecto não comercial, há semanas em discussão e que acabou por tomar conta de boa parte da 25ª assembleia. A ordem de trabalhos era das mais simples da história da Es.Col.A – balanço da semana, biblioteca, atribuição de actividades às salas, novas propostas – mas mostrou-se tão complexa quanto tantas outras que abordaram princípios do projecto. Fim de tarde de terça-feira, 11 de Outubro.

A proposta de construir um forno foi apresentada pelo Pão Rebelde (paorebelde.pegada.net), colectivo que se dedica a aprender a fazer pão em forno a lenha e a partilhar o conhecimento. Semanalmente, faz uma fornada de pão de farinha biológica, que vende a preço livre. O dinheiro serve para comprar farinha para a semana seguinte e quando sobra é guardado para o colectivo e não vai para os bolsos de ninguém em particular. Ora, o Pão Rebelde ficou sem forno e achou por bem construir um na Es.Col.A, colocando-o ao serviço da comunidade. E se assim o pensou, assim o pôs à consideração da assembleia. Mas nem todos os presentes, cerca de uma vintena, concordaram. Não importa quantos, mas houve quem discordasse de se fazer pão na Es.Col.A para trocar por dinheiro, uma vez que a situação se insere na matéria em discussão nas assembleias temáticas: o que é um projecto não comercial. A decisão foi adiada para a assembleia da próxima terça-feira, dia 18. No ar ficou a ideia de que assuntos como estes terão de ser avaliados caso a caso… Como dizer não a um forno a lenha para fazer pão? Ouviu-se um desabafo: este exemplo pode ser importante para desbloquear o impasse na próxima assembleia de princípios.

Pouco antes, colocara-se questão semelhante relativamente a uma outra proposta, de apresentação de um livro de poesia na tarde de 5 de Novembro, sábado, que, como habitual, pretende incluir ponto de venda. Segundo o autor informou por email, os livros estarão disponíveis por 15€, pelo preço que pagou à editora. Como se trata de troca comercial e o assunto não está fechado, a decisão da assembleia foi no sentido de se pedir ao autor para não promover a venda do livro no momento da apresentação (explicando-lhe a situação), sendo certo que ninguém o pode impedir de o vender se alguém lho quiser comprar.

Indiscutivelmente consensual foi a aprovação da proposta de criação de um Coro de Canto Tradicional e de Intervenção, sem fins lucrativos ou comerciais, de participação plural e que integre a comunidade residente. Chama-se Searas de Canto. Para apresentação mais detalhada do projecto e definição do horário (pensado para pós-laboral) foi marcada uma reunião na próxima segunda-feira, dia 17, às 20 horas, na Es.Col.A.

Em matéria de propostas foi ainda recordado que começam esta sexta-feira os encontros de crochet e tricot, das 16h30 às 20h00, e que no sábado há espectáculo da Circolando, às 21h30. Para dia 29, sábado, pelas 20h00, foi anunciada a possibilidade de contarmos com o Canto de Intervenção da Associação José Afonso.

Foi com este assunto que a assembleia chegou ao fim, mais de duas horas depois do início. Não se chegou a falar nem de obras nem de limpezas, nem tão pouco se atribuíram actividades às salas, para que conste nas plantas do edifício a disponibilizar no local. Mas conversou-se sobre a cozinha, a biblioteca e o horário de abertura da Es.Col.A.

Sobre a cozinha, foi manifestada a vontade de a manter aberta durante a tarde, a pensar, em particular, no lanche de quem frequenta a Es.Col.A, miúdos e graúdos. Para isso, é necessário que haja alimentos e gente que assegure o seu funcionamento. Assim sendo, será impulsionada a criação do grupo da cozinha. Se queres fazer parte, não te inibas.

Ainda a propósito, falou-se da oficina de cozinha vegan, aos sábados à tarde. Face à participação média de quatro pessoas na cozinha e 20 à mesa, optou-se por voltar a incentivar merendas autogestionadas, para lembrar a quem pretende participar apenas para comer que é salutar também contribuir.

Quanto à biblioteca, onde estão os computadores disponíveis, já com internet sem fios a funcionar na Es.Col.A, abordou-se o processo de catalogação de livros e DVDs, que começará pela criação de um domínio virtual, futura base de dados conjunta do acervo da Es.Col.A, do Espaço Musas, CasaViva e Terraviva. Falou-se também do horário de abertura, que se pretende o mais alargado possível, tendo sido criada uma agenda virtual na qual os/as voluntários/as e/ou vizinhos/as podem assinalar a sua disponibilidade para zelar pelo espaço, o que será complementado com uma agenda em papel a afixar no local.

Em matéria de livros, questionou-se a legitimidade para avaliar conteúdos. Houve quem defendesse que até os maus livros devem ser lidos e quem lembrassse, dada a vertente educativa do projecto Es.Col.A e face ao meio em que se insere, que algumas leituras deviam ser orientadas e acompanhadas. Mas o assunto acabou por ser adiado, porque saía do âmbito do proposto para discussão e porque, como foi referido, será melhor primeiro catalogar os livros e os filmes e pensar nisso depois.

Relativamente ao horário de abertura da Es.Col.A, que durante as manhãs tem estado fechada por falta de disponibilidade dos voluntários para garantir o seu funcionamento, um dos presentes ofereceu-se para passar a abrir o portão ao meio-dia, à excepção das quintas-feiras e fins-de-semana, apesar de não poder manter-se no local. A título experimental, durante 15 dias, foi decidido que o portão seja então aberto a essa hora, para permitir o acesso ao pátio, mesmo não havendo ninguém disponível para zelar pelo espaço até ao início da tarde, mas de forma a incentivar um acesso responsabilizado a uma estrutura que é do bairro. Entretanto, o apelo a lançar para angariar voluntários/as para zelar pela biblioteca será extensível ao espaço em geral. O encerramento mantém-se às 22h00, responsabilizando-se um dos presentes pela permanência na Es.Col.A a partir das 20h00 e por fechar o portão.

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