segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

resumo temático: visão do es.col.a


No dia 29 de novembro, foram mais ou menos dez pessoas que participaram na assembleia temática. O assunto na mesa foi uma partilha das visões pessoais sobre a es.col.a. Mas em vez de uma simples troca de ideias, as pessoas presentes concordaram em fazer uma abordagem um bocado diferente do que se podia estar à espera sobre uma assembleia com o tema acima referido.

Foi fácil e rápido chegar a uma visão partilhada sobre a es.col.a: um lugar onde é posto o foco em iniciativas práticas dos seus participantes. Um bocado cansados de assuntos e discursos demasiado abstratos, e conversas no mundo virtual que não têm corrido da melhor forma, quem compareceu decidiu que o resto da assembleia ia ser dedicada à questão: o que é que os participantes desta assembleia podiam fazer para dar um novo impulso à dinâmica da es.col.a.?

Tendo em conta o baixo número de pessoas desta e de outras assembleias, decidiu-se que, pelo menos temporariamente, se deviam suspender as assembleias temáticas. Assim, voltamos outra vez a ter assembleias só de duas em duas semanas, sendo a próxima na terça feira, dia 12 de dezembro as 18:30.

Mas reconhecendo também que era preciso pensar numa alternativa para substituir as assembleias temáticas e para dar esse impulso intencionado, surgiu a ideia de começar a organizar jantares populares temáticos nas semanas em que não há assembleia. Na perspetiva dos membros da assembleia de 29 de novembro, um jantar podia resultar numa aproximação de mais pessoas e poderia criar os momentos informais durante os quais assuntos de natureza mais ideológica podiam ser debatidos. Foi pensado que para cada jantar popular, que acontecerá então de duas em duas semanas, um outro grupo tomará conta da cozinha, confecionando o prato principal. Obviamente, no espírito da autogestão, as pessoas são sempre convidadas a trazer bebidas, entradas e/ou sobremesas. O grupo também se responsabiliza por organizar alguma coisa à volta dum tema escolhido previamente. Em todas as assembleias será decidido quem faz parte do grupo de pessoas que tratará do jantar. Mas também será feito um esforço de envolver dinamizadores e grupos de atividades. Tudo isso para promover um exercício onde as pessoas possam viver e pôr em prática os valores do projeto da es.col.a.

O primeiro jantar popular temático será organizado pelos participantes desta última assembleia e foi marcado para a próxima quarta-feira, a partir das 18:30. Além dum prato principal vegetariano serão oferecidas pelo grupo uma série de ferramentas que aparecerão tanto no mundo virtual (divulgado na lista de email e facebook) como no mundo real, ou seja, o pátio, a cantina, etc., para as pessoas poderem partilhar a sua visão da es.col.a.
A ver se isto promove discussões interessantes sobre um tema que sem dúvida é importante!

Com esta decisão/iniciativa, os participantes desta última assembleia, que acabou por ser uma assembleia muito mais prática do que se tinha antecipado, não quiseram perder a oportunidade de mandar uma mensagem implícita mas importante:
Com a es.col.a queremos construir uma dinâmica bem diferente das dinâmicas que dominam a nossa sociedade, que é regulada por uma democracia representativa. Dentro da es.col.a, a assembleia tem um papel bastante diferente do papel do parlamento que existe na sociedade à nossa volta. Os participantes desta assembleia gostavam de ver, promover e viver uma dinâmica na es.col.a onde a iniciativa, ou seja, a ação, tem mais valor que o discurso. Ou melhor, onde o ‘discurso’ serve para refletir sobre a ação, não para a impedir. E que as assembleias, por isso, são compostas por pessoas que acabam por ser mais inclinadas para a ação do que para o discurso. Estas assembleias são momentos e lugares de inclusão, que facilitam a criação duma ‘massa crítica’ para garantir as iniciativas que estão na base do funcionamento diário da es.col.a.

1 comentário:

triste disse...

"Os participantes desta assembleia gostavam de ver, promover e viver uma dinâmica na es.col.a onde a iniciativa, ou seja, a ação, tem mais valor que o discurso. Ou melhor, onde o ‘discurso’ serve para refletir sobre a ação, não para a impedir."

Isto é uma conclusão que entristece quem acreditava que a escola era um espaço de inclusão, onde todos tinham direito à voz. Um local onde a voz tenha menos direitos do que os braços é uma merda igual aos locais em que os braços valem menos que os cérebros. Um elitismo ao contrário a fazer lembrar as ditaduras do proletariado de tão má memória.
Dizerem, assim tão abertamente, que aceitam ideias, desde que não ponham em causa o que querem fazer ("o ‘discurso’ serve para refletir sobre a ação, não para a impedir"), por seu lado, é uma cópia desbotada do sistema democrático atual.
Devo dizer que esperava outras coisas