A última assembleia da Es.Col.A foi talvez a mais curta de todas. Faltavam alguns minutos para as 20h00 e os presentes despediam-se “até quarta”, 6 de Julho, às 18h30, data da próxima assembleia. Cinco despediram-se “até amanhã”, na câmara municipal do Porto. Definido que a delegação que reuniria na manhã seguinte com a vereadora do Conhecimento e Coesão Social não ia mandatada para aceitar proposta alguma que não passe pelo regresso às instalações da antiga escola primária do Alto da Fontinha, fecharam-se as contas da festa do S. João e falou-se um pouco da limpeza e manutenção do Largo da Fontinha, que em breve será presenteado com um ecoponto.
Após a apresentação da ordem de trabalhos, uma das duas participantes na assembleia municipal do Porto na segunda-feira anterior, 27 de Junho, resumiu (a pensar nos presentes sem acesso à internet) o que lá se passara, destacando a hostilidade manifestada pelo presidente da mesa da assembleia, que acabaria por limitar a sua intervenção ao apelo para que os deputados intercedessem pela manutenção do espaço colectivo autogestonado do Alto da Fontinha. Coincidência ou não, na manhã seguinte, a secretária da vereadora telefonava a marcar reunião para 5 de Julho, às 9h15.
Ainda se tentou adiantar hipotéticos cenários em relação à resposta da autarquia, mas rapidamente se percebeu que seria uma perda de tempo: não restava outra alternativa senão aguardar. Ouvir será o papel principal de quem lá irá, tendo como certo que a Es.Col.A não abdica de se constituir como grupo informal de pessoas e que insiste que lhe seja concedida licença de utilização das instalações da escola primária do Alto da Fontinha. Tudo o que lhe seja proposto que não vá nesse sentido terá de ser levado à assembleia. A delegação que representará a Es.Col.A não terá, como na primeira reunião, poder decisório, tendo como inerente a incumbência de defender os princípios do projecto. Cinco pessoas mostraram-se disponíveis para representar esse papel, duas das quais moradoras no bairro.
Encerrado o primeiro ponto da assembleia com a marcação para dois dias depois da assembleia seguinte, voltou-se a falar do S. João: primeiro, para acertar contas com quem ainda tinha dinheiro a receber de despesas com a festa; depois, por causa da queixa de uma moradora da Fontinha, que não gostou que, no dia a seguir à festa, assadores, mesas e cadeiras ainda estivessem no largo, o que documentou com fotografias enviadas por email para a Es.Col.A, em que manifestou o seu desagrado para com o projecto e os seus voluntários. Apesar de convidada a participar na assembleia de ontem, a moradora não compareceu, nem tão pouco deu mais notícias.
O assunto, abordado na lista global de discussão da Es.Col.A, suscitou uma proposta de embelezamento do largo, tendo por base o objectivo do projecto: revitalizar espaços abandonados. Pintados que foram recentemente alguns dos seus canteiros, por que não recheá-los de plantas aromáticas? Por que não ressuscitar a equipa do Jardim? As propostas, que também não passaram do domínio virtual, foram apenas afloradas na assembleia, porque os seus proponentes não estavam presentes e porque a expectativa quanto à resposta da autarquia dominava os pensamentos. Foi neste tema que se ouviu a proposta de construir um ecoponto no largo, ficando por acertar data e hora para meter mãos à obra.
Terminada a assembleia, foram recolhidas as garrafas vazias que se encontravam na cobertura do depósito municipal de lixo, encostado ao largo, contra as quais também se insurgiu a queixosa moradora. Houve quem sugerisse construir uma obra de arte com as ditas, houve quem considerasse que, por si mesmas, onde se encontravam, eram uma obra de arte, mas o mais activo dos adolescentes da Fontinha ofereceu-se para as apanhar, no que contou com a ajuda de um adulto. As garrafas seguiram para o vidrão.
E a Es.Col.A voltará à escola?
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