sexta-feira, 29 de julho de 2011

fim do primeiro acto da saga burocrática


Resumo da 17ª assembleia, 27 de Julho, Largo da Fontinha

O alívio e a alegria pelo fim do primeiro acto da saga burocrática foi a nota dominante da 17ª Assembleia do Es.Col.A. Muitos já sabiam da assinatura, na segunda-feira anterior, do contrato promessa por parte do colectivo e todos ficaram a saber que a vereadora também já lá tinha colocado a sua. Soube-se ainda que o desemparedamento tinha começado horas antes e que “parece que o portão está aberto”.

As cerca de 40 pessoas que se reuniram no Largo da Fontinha aproveitaram, então, para decidir uma merenda, para sexta-feira, às 18h30, e uma festa para sábado, a partir das 14h00, tudo autogestionado e tudo tendo por objectivo a diversão, o convívio e, muito importante, a limpeza e arranjo do espaço. Confirmou-se, para sábado, uma feira de velharias cujos potenciais dividendos serão dirigidos para ajuda animal e também a vontade de ter um teatro de fantoches, lá mais para o fim do dia. Mas, quem quiser festa, que trate de a trazer. Falta fazer divulgação.

De volta à saga burocrática, eis-nos a abrir o segundo acto: a constituição duma associação. Notou-se que foi um ponto em que não houve grandes avanços, em que surgiram informações que contrariavam outras que tínhamos, como a de não se poder escolher o nome no caso de se seguir o modelo de “associação na hora”. Ficaram, por isso, definidas pessoas que irão tratar, de uma vez por todas, de trazer informação muito específica sobre o assunto. A saber, quanto custa, quanto demora e se é possível escolher o nome, tanto para uma associação na hora, como para uma associação juvenil, como ainda para a utilização duma associação já existente.

Mas o Es.Col.A já se sente um ser vivo outra vez e era tempo de novo intervalo nesta peça de teatro de tão mau gosto, hora de voltar a pensar no projecto como tal. A 17ª Assembleia foi o momento de reactivação dos grupos de trabalho que já existiam (logística, infra-estruturas, princípios, comunicação, festas, levantamento de ideias e opiniões do bairro e jardim), altura em que se pediu que todos os presentes nas assembleias pertencessem pelo menos a um desses grupos e que não o fizessem apenas com uma atitude de curiosidade. Foi por estes momentos que se falou também da importância de encetar contactos com outros grupos e movimentos, pessoas e associações. Uma tarefa que se pode revestir de tamanha complexidade que não se chegou a decidir se deveria ser função do grupo de comunicação ou se mereceria um grupo só para a desenvolver.

A dinâmica das assembleias iniciais parecia ter voltado definitivamente quando se passou para a apresentação de propostas de actividades. Apareceu a ideia de criar um grupo que trabalhe sobre temas que afectam directamente as camadas mais esquecidas pelo capitalismo: o trabalho, a alimentação, a cultura e a solidariedade. Um grupo que faça o levantamento dos meios físicos, materiais e humanos para criar um projecto de autogestão dos recursos em prol da comunidade. Que sirva também para fazer pontes com outras comunidades que desejem alternativas. Uma plataforma que articule informação e acção entre os diferentes bairros e comunidades. A ideia foi aprovada e o projecto pode começar a desenvolver-se.

O “regresso” do hacklaviva, que, afinal, nunca partiu, e cujo papel é potenciar a emancipação tecnológica, foi também bem acolhido, com as suas ideias de recuperar computadores antigos, de colocar alguns com acesso livre (preferencialmente com net) e de criar uma rede sem fios comunitária cujo primeiro ponto seria a escola. A mesma aceitação teve um outro “regresso” de quem nunca partiu, o Terra Viva, com o seu grupo de ar livre e educação informal. Ambos ficaram de apresentar projectos concretos para mobilizar voluntários que os ajudem a ir em frente.

Aprovada também foi a ideia de apresentar o Es.Col.A, em quatro sessões, aos alunos galegos que virão para um curso de língua portuguesa na Universidade do Porto, em parceria com as galegas AGAL e Andaime. Tratar-se-á dum conjunto de conversas informais sobre o projecto, a sua história, as suas lições e perspectivas. Nos dias 4, 11, 16 e 23, sempre às 19h00.

Uma loja livre, uma feira livre, uma loja Trocal. A ideia pareceu boa para toda a gente, mas ficou de se pensar melhor no assunto e apresentar um projecto acabado para discussão. Amplamente rejeitado foi um pedido de conversa acerca do projecto Es.Col.A como iniciativa de empreendedorismo social. Para quem quiser saber quem nos convidou, www.ies.org.pt

O grupo de apoio escolar tinha reunido dias antes e era altura de partilhar com os restantes as conclusões a que tinham chegado. Estão a tentar saber exactamente quem, dentro do grupo, está disponível para Agosto e afirmam uma vontade de estarem presentes todos os dias desse mês, tanto a desenvolver actividades como a preparar o início do ano lectivo, que deverá começar com uma festa. Para que isso seja realidade, precisam de pessoas que apareçam e de cartazes e flyers a anunciar que a escola está aberta em Agosto.

Depois das festividades de sexta e sábado, e dada a importância de haver actividades durante este mês de Agosto, voltaremos a encontrar-nos para a 18ª Assembleia do Es.Col.A, a primeira lá dentro desde Maio.

Terminada a 17ª assembleia da Es.Col.A, a última na rua, e conhecedores de que a vereadora assinara o contrato de promessa de cedência da escola do Alto da Fontinha e que o desemparedamento tinha começado, pessoal que se deixou ficar à conversa no largo soube então, para seu espanto, que o portão se encontrava escancarado. Pés ao caminho, vamos ver a escola. Mas estranho nem foi ver aberto o acesso ao pátio, estranho foi encontrar o edifício completamente disponível ao furto e vandalização.

Tal como o menino que por ter muitos brinquedos não se importa de os estragar mas não os quer partilhar …a autarquia brinca aos imóveis porque não lhe chega os automóveis.

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